terça-feira, 1 de junho de 2010

Parte 2 – "Ser ou não ser?"


"Rah-rah-ah-ah-ah-ah! Rama-ramama-ah GaGa-ooh-la-la! Want your bad romance..."

Todos dançavam loucamente ao som de Lady Gaga, meninas rebolando na mesa semi nuas enquanto os garotos as devoravam com os olhos.

Ah que saudade dessas festas! Eu e a Ashy virávamos a noite dançando e nos divertindo. Tudo era muito mais prazeroso quando estávamos juntas. Será que um dia vou superar tudo isso?

"Hey Jessy! Vem cá com a gente! Quero te mostrar uma coisa!" - Vi Camilly gritando e acenando do outro lado da grande sala.

Segui ela e a Nat até o jardim dos fundos, onde tinha uma grande árvore bem no centro e lá no finalzinho do tronco antigo estava riscado "BFF's" e as nossas iniciais. Me lembro do dia que
fizemos isso. Foi na nossa primeira grande festa nesta casa. A Ashy disse que era um momento incrível demais pra ficar em branco, devíamos colocar nosso nome na história, mas eu sempre fui meio medrosa e só deixei ela colocar as iniciais, porque se alguém visse não saberia que fomos nós.

"Foi nesse dia que a Camilly quebrou aquele vaso Turco lembra?" - A Nat disse sorrindo lembrando-se dos velhos tempos.

"É verdade! Tinha me esquecido! O Sr. Maurice ficou furioso! Tivemos sorte que a Ashy conseguiu amenizar a situação colocando a culpa no tal esquilo gigante que ela disse ter se hospedado na
casa enquanto o Frances estava fora." - A Ashy tinha um dom pra inventar desculpas. Nesse dia eu estava ficando desesperada, quase enfartando, achei que seriamos presas por ter quebrado aquele
vaso, mas a Ashy estava super tranquila e quando um esquilinho fofo apareceu na janela ela teve a grande ideia de colocar a culpa nele. Ou no irmão mais velho dele, sei lá. Só sei que o Frances
engoliu a historia direitinho.
Poucas pessoas pensavam tão rápido e eram tão boa atriz quanto a minha amiga. Nós, seres humanos, temos uma mania incrível - quando nos sentimos ameaçados desenvolvemos diversas formas de solução para o problema em questão. A diferença de um ser humano pra outro é que alguns conseguem escolher as melhores soluções. Acho que pra ser um bom ator é necessário dominar esse fator. Saber atuar é também saber mentir. Mas diferente da minha amiga, as mentiras de atores não são de verdade. Algum de vocês sabe mentir? Rsrs... E o Oscar vai para: Ashley Stwart.

"Então vocês estão aí. Estava te procurando menina, o que estão fazendo aqui fora? A festa tá bombando lá dentro." - John apareceu com um copo de whisky nas mãos.

"Estamos relembrando dos bons momentos que passamos com a Ashy nesta casa." - Falei passando a mão de leve por cima das iniciais entalhadas no tronco da velha árvore.

"Ah... bom... passado é passado né? Vamos curtir a festa?" - Todas as meninas se entreolharam. O John não podia estar dizendo aquilo. Como ele conseguia ser tão doce num momento e tão frio no
outro?

Virei pra ele e esbravejei:

"Você me surpreende John. Na verdade nem devia mais me surpreender, você sempre foi assim." - Eu não queria que fosse assim, não queria brigar com ele, alguma coisa me fazia acreditar que o John
tinha mesmo mudado mas a outra parte de mim, uma parte bem grande, ainda tinha medo de estar errada. Dei as costas e fui direto pro salão principal, dançar é bom pra acalmar os ânimos. Mas John
veio atrás de mim.

"Jessy, vem cá... Desculpa, eu não queria te magoar, sei o quanto você sente falta da Ashy." - John me segurou pelo braço e senti que estava sendo sincero quando pediu desculpas.

"A Ashy é sua irmã! Não entendo como pode ser tão frio."

"Jessy... Por favor... Vamos tentar não pensar nisso hoje. Vamos lá curtir a festa. Não duvide de mim, não me pergunte nada, por favor... por favor. Só não me da as costas assim de novo. Porque
parece que eu vou te perder pra sempre" - Odeio quando o John fala assim, é impossível negar alguma coisa a ele.

"Ok. Você tá certo... Vamos dançar então?" - Talvez eu não entendesse inteiramente, talvez eu não gostasse da situação ou até tivesse vontade de dar as costas e nunca mais olhar pra cara dele.

Mas eu não podia. Eu, absurdamente confiava nele. E meu coração dizia pra eu confiar. Tantas perguntas vinham à mente. De que maneira se convence o coração? De que modo se descobre um
sentimento? Como dizer não quando se quer dizer sim? Ai meu Deus. Será que um sábio me responderia todas essas perguntas? Ou uma pessoa mais velha? Ou um parente? Será que um cientista poderia responder minhas perguntas? Alguém? Sinceramente... Acho que não. Todos nós perguntamos todo o tempo. E são as perguntam que movem o mundo. Até os poetas, que parecem ter as explicações pra
vida, perguntam.

"Será mais nobre; em nosso espírito sofrer pedras e setas; com que a Fortuna, enfurecida, nos alveja; ou insurgir-nos contra um mar de provações; e em luta pôr-lhes fim?" - O que vocês responderiam pra Shakespeare nessa citação? Pois é... "Ser ou não ser? Eis a questão."

***

Mas deixando versos e poesias de lado, naquela noite eu estava mais interessada mesmo é na musica. Na musica que tocava enquanto eu e John dançávamos como um casal apaixonado. Sempre que vemos um filme lindo, perfeito, romântico, adolescente, pensamos como pode, sempre que o casal vai dançar, tocar a musica mais perfeita do universo? Bom, não sei explicar os filmes, mas sinceramente,
qualquer musica, naquele momento, seria perfeita. John olhava nos meus olhos fixamente e eu não conseguia parar de retrucar o mesmo olhar. Estava perfeito aquilo tudo. Acho que era um momento
que realmente não queria que passasse. Mas lembra daquela historia de que qualquer musica era perfeita naquele momento? Então, Esquece. Eu e John dançávamos apaixonadamente quando começou a tocar o Rock mais pesado que eu já havia ouvido na vida. Que raiva, que raiva que raiva. Jenny, Nat e Camilly chegaram empurrando eu e John e quando me dei conta todo mundo estava empurrando um ao outro e pulando e dançando e... Ai, que droga!! Naquela hora a vontade que tinha de era explodir e acabar com tudo.
Em meio a toda aquela festança eu senti alguém me puxando pelo braço e me guiando no meio de toda aquela gente. Eu sabia que era o John. Ai meu deus, como ele é perfeito, pensava eu. Tantas
pessoas, tantos braços, até que conseguimos sair do meio de todo aquele povo.

"Bonjour Jessy, Pardon vous puxar aqui pra fora, désolé. É que eu tenho feito comme o combinado comprendre? Puis queria saber quelle vous e les meninas pretendem fazer pra me mettre em l'équipe
de basket-ball." - Não podia ser verdade. Enquanto eu me derretia pensando que era o John, perfeito e lindo me puxando pra ficarmos a sós, me aparece aquele francesinho metido a popular.

"Dalton... Então... fica tranquilo. Nos te prometemos não é? Então pronto." - Disse eu ainda um pouco perplexa e tentando sair pela tangente.

"Je sais, mas déjá faz long temps que vous me prometeram et nada." - Seu sotaque era muito gay. Mas até que dava pra entender alguma coisa.

"Dalton, nós ficamos muito abaladas com o que aconteceu com a Ashy. Não conseguimos pensar em mais nada. Nos desculpe, por favor. Prometo que veremos isso logo. Ok?"

"Bien. Merci Jessy. Je vais retornar à la festa. Avec licence." - O francesinho saiu e eu fiquei lá. Quanta raiva. Onde estaria o John? Porque ele não e procurou? Aii... O que será que está
acontecendo comigo? O que meu coração esta querendo me dizer? Será que estou realmente apaixonada por ele? Quantas duvidas, quanta confusão. Era um misto de sentimentos tão grande que comecei a chorar. Que grande festa essa. Talvez a pior de todas? Rs... Não quis nem saber. Sai de lá bem antes da hora que a Cinderela saiu de seu baile. Talvez eu não acreditasse no que eu estava sentido pelo John. Talvez eu não quisesse sentir. Ou talvez eu só estivesse com vontade de ficar sozinha. Independente disso eu sabia que não precisaria deixar sapatinho de cristal nenhum pra que o John me procurasse no dia seguinte. Rs...

Um comentário:

  1. Ahh tah mto fofa a história!!
    Posta logo o próximo!!
    Bjus té+

    http://sweetandark.blogspot.com/

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