sábado, 8 de maio de 2010

- Capítulo 3 -
Sentimento volátil


Parte 1 - "O chá dos Clarks"



"Querido diário, hoje é 06 de agosto de 2009...

   Já tentou odiar tanto uma pessoa que passou a amá-la? Já procurou tão avidamente seus defeitos que encontrou as caracteristicas que te faltavam para se tornar uma pessoa completa? O que sentiu depois disso tudo? ... Não sabe? Pois é, eu também não.

   Meus sentimentos ainda estão muito confusos... consigo ver estrelas mesmo em noites nebulosas, me pego sorrindo à todos os momentos e meu coração dispara só em lembrar do sorriso dele.

   Por que só consigo ser eu mesma quando estou do lado dele? Por que o único momento que sinto ter encontrado meu lugar no mundo é quando estou olhando nos olhos dele? O que são todas essas sensações que tomam conta de mim quando lembro da voz dele chamando meu nome?

   Preciso de respostas. Estou completamente perdida em mim mesma e não sei onde encontro a porta de saída."


"Calma Jessy! É só o John! Até parece que tá indo se encontrar com o Josh Hartnett!" - Disse Jenny sentada na cama enquanto eu experimentava a minha 12ª peça de roupa.

"Eu sei Jenny. Mas tá acontecendo alguma coisa muito estranha comigo ultimamente, sinto umas coisas esquisitas quando estou perto dele e tem um friozinho pra lá de irritante que sinto na barriga toda vez que lembro dele, o que anda acontecendo com bastante frequência nos últimos dias." - Eu disse enquanto me jogava na cama ao seu lado torcendo pra ser engolida pelo colchão e levada até uma outra dimensão ou ao país das maravilhas... qualquer lugar que eu não precisasse mais sentir aquele frio idiota na barriga.

"Vamos Jessy, levanta daí se não você vai se atrasar. Escolhe logo uma roupa qualquer e penteia esse cabelo que tá um horror!" - Jenny sempre foi bastante sincera, as vezes isso é bom mas em alguns casos é péssimo. Me lembro de uma vez em que estavamos todas numa festa e o Petter, o menino de quem a Ashy gostava, se aproximou de nós e a Jenny não foi nada sutil dizendo que deviamos sair porque era a Ashy que estava apaixonada por ele e não nós. A Ashy nunca desejou tanto se afogar num copo de ponche quanto naquele dia.


***

   19h e 30min, marcava no grande relógio na parede do hall de entrada da casa dos Clarks. Mesmo depois do meu surto para escolher uma roupa ainda consegui chegar a tempo. Quer dizer... a tempo da reuniãozinha de adolescentes que sempre acontece após as formalidades chatas do chá da tarde.

"Jessy! Como você cresceu! Olha Mary como a filha dos Gray tá uma moça!" - Disse a Sra. Clark enquanto apertava minhas bochechas. Odeio a forma como os velhinhos sempre apertam nossas bochechas nesses eventos anuais, será que eles pensam que ainda temos 6 anos?! Dei um sorriso delicado e me afastei até o centro do grande salão principal onde tocava uma música instrumental de fundo, a mesma música que eu dançava todo ano com o John quando eramos crianças.

"A senhorita me concede esta dança?" - John apareceu subtamente na minha frente me estendendo sua mão direita como um perfeito cavalheiro.

"Claro Sr. Stwart." - Correspondi a seu gesto na minha melhor pose épica cortês.

"Está com vergonha por estar ao meu lado? Mexo tanto assim com você Srta. Gray?" - Disse John com aquele mesmo sorriso convencido nos lábios depois de ver que minhas bochechas estavam forçadamente vermelhas.

"Johnny, Johnny... você não muda né?" - Respondi pisando de leve no seu pé esquerdo. Ele podia até ser convencido mas me fazia rir bastante.

"Deixa eu adivinhar... Sra. Clark?" - Disse fazendo sua melhor cara de medium.

Acenti com um sorriso enquanto girava por baixo de seu braço e ele segurava delicadamente minha mão.

   Continuamos dançando em silêncio até o fim da música. Depois fomos pegar um copo de refrigerante e ficamos por ali mesmo.

"E então, como anda a Califórnia?" - Perguntei tentando puxar assunto, o silêncio as vezes é desconfortante.

"Ah, sei lá. Prefiro Nova York." - Ele disse enquanto engolia de uma só vez o pequeno canapé que estava sendo servido por garçons extramamente bem vestidos, até confundi um deles com o dono de um dos bancos daqui.

"Por quê?" - Perguntei mais interessada.

"Não sei, me responde você." - Ele respondeu com aquela carinha de sonso e aquele meio sorriso que sempre me tiram do sério.

Senti um arrepio quando ele disse isso. É lógico que nós dois sabiamos a resposta mas nenhum estava pronto pra dizê-la em voz alta.

Depois de alguns minutos ja não encontravamos mais assunto. Pareciamos dois recem namorados falando ao telefone inventando assunto só pra não ter que parar de conversar. Por mim eu ficava ali o resto da noite só olhando ele sorrir, mas fato é fato e aquele era John Stwart. Nós dois persistiamos em postar uma atitude despojada quando na verdade estavamos com as pernas bambas prontas pra desabar.

Até que John conseguia manter o nivel da conversa interessante. Ele falava do céu, das estrelas, assim como de acontecimentos globais e crise economica tambem, eu acho. E, claro, John não perdia a oportunidade de jogar suas cantadas altamente previseis, mas que eu estranhamente amava.

Depois de um tempo, Nat e Camilly chegaram.

"E ai gente... ta tudo certo?" - Disse Nat estranhando a situação.

"Claro" - Respondi subtamente.

John comprimentou as meninas e logo elas se juntaram a gente na tentativa desesperada de encontrar assuntos para poder continuar conversando.

Foi quando Jenny chegou como um Gongo soando e salvando o boxeador de tomar mais diretos e cruzados na cara. Ou salvando agente de tomar mais diretos e cruzados da nossa propria ignorancia incompetente pra desenvolver assuntos.

"Ei Natalie sua mãe e a Sra. Clark estão nos chamando dentro de casa pra tirarmos a foto feminina do ano. E você sabe como sua mãe é chata." - Dizia Jenny enquanto se apoiava nos meus ombros.

"Eiii, só eu que posso dizer isso dela, ouviu?!"

E todas nós saimos rindo, e eu nem pudi olhar pra tras pra ver com que cara John ficou após aquela retirada relâmpago.

"É impressão minha ou tá rolando alguma coisa entre você e o John?" - Camilly me perguntou quando já estavamos em nossas devidas posições, parecendo mais manequins de loja de departamento, para a tal foto feminina.

"Claro que não Camilly! Ele é o John lembra?!" - Mesmo querendo dizer que sim, eu não conseguia. Alguma coisa dentro de mim me impedia de dizer o que sinto por ele.

"Ah Jessy, da um tempo! Ta na cara que você tá caidinha por ele!" - Natalie falou meio entre dentes já que não podia parar de sorrir pra foto.

"Jessy e John sentados numa árvore se beijando..." - Cantarolava Jenny com seu jeitinho "discreto" parecendo uma menininha da 2ª série tentando me provocar.

"Fala sério Jenny! Que coisa mais infantil." - Falei tentando parecer séria mas queria mesmo era rir junto com as outras meninas. A Jenny é sempre hilária.

"Olha querida, o John é um ótimo garoto e é uma gracinha. Homens assim estão difícil hoje em dia minha filha, é melhor parar de escolher e ficar com ele mesmo antes que fique pra titia!" - Até a Sra. Clark já tinha entrado na conversa e o que ela estava pensando quando disse "ficar pra titia"?! 17 anos é uma idade mais do que aceitável para se estar solteira!

Só reparei que o John estava ali me observando depois de todas as meninas, e a Sra. Clark, pararam de citar motivos para eu ficar com ele. Quando o vi ali parado, me olhando, tão lindo, eu corei de vergonha, e desta vez foi realmente por ele e não porque a Sra. Clark apertou minhas bochechas. A quanto tempo será que ele estava ali? O que ele tinha escutado? Será que ouviu a Jenny falando aquelas coisas ridiculas? Não queria que ele soubesse o que sinto por ele, na verdade nem eu sabia, mas estavamos nos dando tão bem que tinha medo que alguma coisa pudesse estragar nossa relação.

FLASH!!!

Pronto. Tiramos a foto. Podiamos parar de sorrir. Mas que estranho! - Pensava eu - Porque Eu não consigo parar de sorrir?  Será que eu estou me mostrando pro John? Ai meu deus, que estrnaho! Mas será que ficar sorrindo é bom? Será que isso funciona? Sera que meu sorriso é bonito? - Pensava enquanto invluntariamente me aproximava de John.

"Seu sorriso é lindo sabia?" - Disse ele sorrindo tambem.

"Ah, Obrigada." (Acho que ficar sorrindo é bom!) - Viajava em meus pensamentos enquanto falava com ele toda sem graça.

"Algumas pessoas dizem que o nosso sorriso revela a pessoa que temos no intimo." - Dizia ele me conquistando mais uma vez com akele sorrisinho devastador que ele tinha.

"Ah, sério? Poxa. Que coisa! ( Ai sua idiota, num sabe nem falar! Será que agora é melhor eu parar de sorrir?) - Era impressionante como eu tinha a incrivel capacidade de queimar o meu proprio filme.

"É sério! Como se não bastassse ser linda exteriormente, pelo que eu posso ver do seu sorriso, você tambem é linda interiormente. Você é incrivel! - Disse ele um pouco mais serio, como se dissesse do fundo do coração.

"Ah John para com isso vai."( Ah num para naum!!!! Ele me chamou de INCRIVEL, caramba como esse adjetivo é perfeito!!! Incrivel, incrivel, incrivel!!) "Vamos nos juntar com o pessoal se não a Sra. Clark daqui a pouco vem apertar nossas buchechas." (Ai meu deus eu não consigo parar de sorrir!)

Depois encontramos as meninas e a Jenny ja veio cheio de graça, toda espevitada pra nos fazer o convite:

"Gente, o pessoal vai pra casa do parque hoje a noite. O frances viajou de novo. A casa é nossa! E ai vamos?"

Deixa eu explicar pra vocês. Há um tempo atras um frances de nome Maurice Fontaine construiu uma casa na parte norte do Westpark. Muitos foram contra, mas ele comprou o terreno, fazer o que. Mas esse não é o ponto. O ponto é que o frances Maurice deu uma grande festa pra fazer uma media com o bairro e tambem pra promever sua bela casa que mais parecia um castelo de Viena. Foi quando nós a descubrimos. Sim. Descubrimos a maravilhosa casa do frances Maurice.Mas a festa acabou. Porque tudo que é bom acaba heim? Bom, fomos pras nossas casas com um vazio no peito. Pensavamos: Quando poderiamos disfrutar dessa casa de novo? E se o frances resolvesse não dar mais festas? Ficariamos sem aquele castelo perfeito pra sempre? Lógico que não. Foi quando a Ashy teve a melhor das ideias. Ela reparou que o frances Maurice viajava muito. E a casa ficava às moscas, daí ela foi até ele e no seu melhor estilo cara de pau disse que queria juntar dinheiro pra pagar a universidade, visto que hoje em dia há muito poucas oportunidades de bolsas integrais pra jovens mulheres que nao jogam basquete nem são as primeiras alunas da classe. Logo ela precisava de dinheiro agora pra ja ir juntando e pagar sua faculdade no futuro. Mas... o emprego não podia ser integral visto que ela teria de estudar muito na escola pois tinha dificuldade de enteder as coisas. Então ela deu a seguinte ideia ao frances Maurice: "Porque o senhor não me deixa cuidar da casa quando o senhor viajar? O senhor viaja tanto! Eu sei lavar o chão e as janelas. Não deixarei sua casa ficar as moscas como tem ficado. E o senhor não vai encontrar sua casa tão suja toda vez que voltar de suas viagens. Sera tão bom para o senhor quanto pra mim." - Caramba que saudade. Como ela era esperta.
Continuando. O frances concordou com a Ashy. Daí virou rotina. Em toda viagem do frances Maurice faziamos as melhores festas de Nova york. É claro que tivemos alguns problemas com os seguranças, mas homem é tudo igual, não resistem a meninas safadas, alcool e comida de graça. As melhores festas aconteciam lá. E foi assim por muito tempo. Até que certo dia o frances Maurice voltou pra casa um pouco mais cedo. e pegou a Ashy dando a festa no flagra. REsultado: Ashy demitida, de castigo, quase presa e todo mundo sem festa. Que coisa triste. Por muito tempo ficamos sem festas realmente boas por aqui.

O frances Maurice nunca mais falou com ninguem do bairro. Ele se sentia o marido traído. Mas certo dia o improvavel aconteceu. O sobrinho de Maurice, veio da frança pra morar com o tio em Nova york e se matriculou justamente na escola que agente estudava. Não podia ser melhor não é? Quelquer jovem novo no colegio, principalmente estrangeiro, quer subir seu nivel de popularidade. E não foi diferente com o sobrinho do frances Maurice. Ele se chamva Dalton Fontaine. Parecia ter o romantismo de paris e a esperteza de Nova york.

Dalton aceitou o desafio: Quer ser popular francesinho? Então libera a casa do tio!
Pronto! Trato feito, prato feito, tudo perfeito. Começamos então a usufruir da fantastica casa "made in Paris" de novo.
E naquele dia o frances Maurice havia viajado de novo e Dalton novamente abriu a porta da casa pra popularidade entrar.